terça-feira, 23 de julho de 2024

Ricardo Gomes Cardoso, indígena Pankararu, Mestre da arte em madeira

 ARTE EM MADEIRA PANKARARU


Ricardo Gomes Cardoso, indígena Pankararu, Mestre da arte em madeira


A arte Pankararu representa nossa ancestralidade, modo de viver, nossa fé e tradição

Nesta edição, o Boletim Aroeira Pankararu apresenta a arte do Mestre Ricardo Gomes Cardoso, da Aldeia Bem Querer de Cima, Jatobá, Pernambuco.

Ricardo é filho de Marina e José Genésio. Pankararu originário da aldeia Bem Querer de Cima, Jatobá, PE. Nasceu no dia 23 de março de 1979 onde reside desde seu nascimento. 
Ricardo produz sua arte em madeira. Iniciou seu trabalho artístico como aprendiz do Mestre Marcelo de Itaparica. O primeiro aprendizado foi desenhar a arte, iniciando com o desenho de um peixe. Quando pequeno, trabalhava com a argila na pequena olaria do avô Genésio. Desejava trabalhar com barro/argila, mas viu experiências da fragilidade da argila para deslocamento. Ao ver uma arte em argila de cobra quebrando em ocasião de compra, decidiu trabalhar com madeira, pela segurança e habilidade que desenvolvia.


Artista membro do Coletivo Aroeira, expõe sua arte na sede da Associação de mesmo nome, localizada na aldeia Bem Querer de Cima, terra indígena Pankararu. Um grande contador de história do nosso povo, das tradições e detentor de saberes ancestrais Pankararu.

Ricardo é mestre do trabalho em madeira, preparando símbolos da nossa tradição e do nosso território, como os bichos da caatinga.

Acesse o boletim completo em: Boletim Ricardo Pankararu













sexta-feira, 19 de abril de 2024

Buchada na alimentação tradicional Pankararu

 


D A  N E C E S S I D A D E   A O   C U I D A D O   E  
 M U I T O   G O S T O   N O   B O M    P R E P A R O


Buchada na alimentação tradicional Pankararu

O sabor da buchada movimenta muitas de nossas memórias coletivas do trabalho e cuidado em Pankararu com um alimento muito elaborado, saboroso e cheio de produção familiar e coletiva. A buchada é um prato especial. Envolve muitos preparos, do cortar ao limpar, temperar. reservar, cozinhar Além de fazer parte da nossa cozinha antiga de festa, hoje também é um prato muito importante nos nossos terreiros e feita para vender em bares e restaurantes dos sertões, por mulheres do nosso povo.  

Esta é mais uma publicação do Coletivo Aroeira, disponível na íntegra no link: Boletim Aroeira Pankararu - março de 2024







domingo, 14 de janeiro de 2024

Boletim Aroeira Edição Especial

 CASA DE FARINHA
Dia de farinhada!


Fotos: indígena José, Casa de Farinha da família de José de Genésio e Marina, 
 Aldeia Bem Querer de Cima, Terra Indígena Pankararu, Jatobá, PE. abril de 2023.


     A casa de farinha é um lugar do preparo que movimenta muito da nossa história indígena. É lugar de ver e fazer fartura no calor do fogo a lenha. 

     Dia de fazer farinha é um momento do encontro entre famílias: com nossas mães, tias, pais, tios, primos, avós, avôs e primas, juntos e distribuídos em diferentes tarefas. É o movimento da nossa ancestralidade, do preparo do alimento para todos.

O Coletivo Aroeira apresenta a primeiro Boletim/2024. Este é um material de documentação da nossa memória, do que somos, produzimos e faz parte da nossa alimentação tradicional.

Nosso primeiro tema é a mandioca e seus derivados, a farinha e o bejú (beiju) a partir da vivência da casa de farinha.

O principal objetivo deste boletim é contribuir com a reafirmação do valor nutricional e cultural que a mandioca tem entre nós indígenas Pankararu, oferecendo momentos de diferentes encontros e trabalho coletivo, do momento do plantar ao transformar a mandioca em alimento para consumo direto e a troca.


Para acessar o arquivo do Boletim Boletim Aroeira Jan.2024 Casa de Farinha

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

AROEIRA LANÇA O PRIMEIRO BOLETIM 2023


O PRIMEIRO BOLETIM AROEIRA PANKARARU 2023. 


O Boletim Aroeira Pankararu apresenta informações sobre as atividades realizadas no ano de 2022 voltadas à documentação das condições de vida de indígenas Pankararu em Petrolândia e comunidades rurais da região. A partir de múltiplas parcerias, mobilizações, apoios e intenso trabalho em equipe, Aroeira junto ao Coletivo de Famílias Indígenas de Petrolândia, COFIPPE tem realizado um trabalho muito dedicado, com muito compromisso e esperança. 

Pode conferir o Boletim completo no seguinte link: Boletim Aroeira Pankararu 01/2023

domingo, 4 de setembro de 2022

PROTEÇÃO DO TERRITÓRIO E DO DIREITO À IDENTIDADE

 ENCONTRO DE FAMÍLIAS INDÍGENAS PANKARARU - AGROVILA 06, ICÓ MANDANTES


   Aconteceu no dia 27 de agosto de 202, na Agrovila 06 do projeto Icó Mandantes o encontro de famílias indígenas Pankararu com o tema: "Proteção do território e do direito à identidade" Um momento de diálogo com parentes indígenas das aldeia de origem.

   Como realização do Coletivo de Famílias Indígenas de Petrolândia (COFIPPE) e apoio do Coletivo de Indígenas Pankararu Aroeira, os Pankararu reuniram-se para discutir sobre identidade, território e cultura Pankararu. Viver em território indígena não demarcado hoje é viver em situação de insegurança, omissão do poder público, desrespeito à identidade indígena, preconceitos. A presença de famílias indígenas residindo na área de assentamentos rurais do Projeto Icó Mandantes é uma realidade de décadas. Demanda apoio das lideranças do território de origem  no fortalecimento do processo organizativo.  

   Participaram do encontro 60 indígenas, com presença de Pankararu, Pipipã e Kambiwá, .
Para apresentar reflexões sobre processo de resistência e proteção do território e identidade, Silvaneide e Oziane, lideranças da comunidade convidaram: Norberto Pankararu  (Nozinho) de Brejo dos Padres, Antônio Domingo, de Baixa do Lero, Terra indígena Entre Serras representante do cacique Marcelo Pankararu, Marizete Pankararu, moradora da Agrovila 06, Jucicleide Pankararu, Elizângela Cardoso e Codjo Sossa do Coletivo Aroeira para compor a mesa de abertura.
   A abertura do encontro contou com a apresentação das famílias e aldeia de origem, seguida pela apresentação da história da formação da agrovila e chegada de Pankararu na região. a história da comunidade contada por Marizete revela a luta pela vida, pelo trabalho, pela moradia. Como disse Marizete o assentamento surge no contexto das remoções compulsórias da construção da hidrelétrica de Itaparica: "Todo mundo sabe que a gente teve uma jornada muito grande e muito pesada!", várias manifestações, reuniões com Codevasf, Chesf". Designados para ficar numa região, mas não aceitos, reencaminhados para outra região, no caminho de Floresta. Se estabelecem onde é hoje é Agrovila 06 em 30 de novembro de 1987. "A gente chegou aqui, descampinado, não tinha nada, somente as casinhas". Passaram-se muitos anos para sair os lotes, o primeiro lote saiu em 1993. Maior parte veio da região de Barreiras, da Velha Petrolândia, já advindos da Terra Indígena e vivendo "no estábulo" em Barreira, na velha Petrolândia. Aconteceu muita dispersão e distância entre famílias. Hoje a família enfrenta problemas no sistema de abastecimento de água.

"Temos que reunir força para reivindicar nossos direitos"! com desgaste do solo e problemas de sistema de água, atingindo diretamente as condições de produção da vida.

Jucicleide Rodrigues, resistente no assentamento Moura destacou dificuldades na vida na região. A água, tanto no abastecimento para consumo como para produção nos lotes: problemas nas bombas, lotes sem condições, assentados sem assistência e vazamentos que geram desperdícios com desgastes do encanamento, além dos problemas de saneamento enfrentado pela comunidade. "Moramos perto da água e somos pobres de água!" Muitos dos familiares saem para trabalhar fora, porque há desgastes, não há encanações suficientes. Faltam espaços formativos para a juventude, para as mulheres. Há muita dificuldade para ingressar no ensino superior também.

Cordel de Silvaneide Pankararu

Chegou a hora de acordar

Para reforçar a luta pela identidade
Que é algo singular
Através do trabalho sério
Que demonstramos
Para nossa comunidade
e para nossos convidados
Expressar nossa cultura
Legado deixado pelos nossos anciãos
Somos Pankararu
Também somos agricultores
Moramos no projeto Icó Mandantes
ao qual a Chesf nos reassentou
Nunca desistimos das nossas origens
Não perdemos a nossa essência
Somos um fino grão de areia
Lutando por nossos direitos
reconhecimento e valor
Nós temos história
O Povo Pankararu
É parte essencial 
Da experiência de vida
Deixado na memória


   Ao final, a fala de Antônio Domingo destacou a importância da organização do povo, conhecimento das "leis do branco" no país. Nozinho fez uma fala sobre a força da nossa cultura, o respeito e proteção das tradições entre os mais velhos e as novas gerações na resistência e luta contra o preconceito e racismo. A fala de Elizângela apresenta o relato de experiência em Aroeira e COFIPPE do processo organizativo em contexto urbano, do mapeamento e diagnóstico de famílias indígenas em Petrolândia, PE, concluindo com a Fala de Codjo sobre possibilidades do apoio institucional e realização de parcerias para realização do mapeamento das famílias, destacando a importância do protagonismo e autonomia do povo e da comunidade diante das suas necessidades.

   Hoje são mais de 40 famílias Pankararu na Agrovila 06 passam a se organizar como Coletivo Caraibeiras, em homenagem à primeira escola que recebe o nome dessa árvore acolhedora da comunidade na chegada das famílias a mais de 30 anos. 


Fotos do evento





























 






segunda-feira, 25 de julho de 2022

Encontro do Coletivo de Famílias indígenas Pankararu de Petrolândia (COFIPPE)

 Um dia muito importante para o Coletivo de Famílias indígenas Pankararu de Petrolândia, PE

(COFIPPE)



Em Petrolândia, PE o Coletivo de Famílias indígenas Pankararu (COFIPPE), reuniu-se com lideranças do nosso povo. Nesse dia 24 de julho de 2022, pela manhã, abrimos as atividades com a presença mais que especial de Dora Pankararu partilhando a experiência de luta vivida com os parentes em São Paulo. Um aprendizado profundo com essa mulher guerreira. À Dora, Nossos mais preciosos agradecimentos.

Maria das Dores da Conceição Pereira compartilhou conosco uma história de sabedoria e muita resistência. Nas palavras de Dôra: “Percebemos que se a gente não se organizasse como família, como povo indígena, comunidade, as pessoas jamais iriam nos respeitar por aquilo que a gente era”  "Dôra nasceu na aldeia, em 1975, viveu em São Paulo por 28 anos, formou-se em Pedagogia, foi Conselheira Nacional de Política Cultural e Membro do Colegiado Setorial de Cultura Indígena no MINC, Conselheira Indígena no Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Estado de São Paulo, trabalhou na Casa de Saúde Indígena de São Paulo e na Cáritas Diocesana de Campo Limpo. Regressou a seu território tradicional em 2014 onde trabalha como professora na Escola Estadual Indígena Santa Inês da Tapera".

Foi um momento de diálogo, de conhecer forma de organização e luta dos parentes indigenas Pankararu em contexto urbano da grande São Paulo.

Destacamos a importância  da participação dos Caciques José Auto e Raulive e também de  Antônio Carlos, presidente do Conselho de saúde indígena Pankararu no debate sobre nosso trabalho, com reflexões e contribuições valiosíssima  para nosso fortalecimento. 


Pela tarde também tivemos a aula inaugural do curso indígenas e  políticas sociais, realizado por COFIPPE e Aroeira, que acontece como etapa preparatória do nosso etnodiagnostico e Etnomapeamento para documentar sobre onde estamos e qual a situação das nossas famílias indígenas Pankararu em Petrolândia. 


O Etnomapeamento e etnodiagnostico é uma demanda urgente e constitui-se como projeto nosso que conta com o apoio da Fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos, Edital Mobilização em Defesa dos Espaços Cívicos e da Democracia 2022 e Fundo Elas+ 2021, subsidiando as condições objetivas para essa tarefa como a garantia de espaço físico, logística, alimentação, material didático, ajuda de custo para equipe de educadores. 

Seguimos firmes na luta! 

Agradecemos imensamente o apoio e presença de nossas lideranças e temos grande honra viver esse momento no dia de hoje.


**(Leia mais em: OUTRAS PALAVRAS, Trincheiras indígenas: os Pankararu na favela paulista).


























Ricardo Gomes Cardoso, indígena Pankararu, Mestre da arte em madeira

 ARTE EM MADEIRA PANKARARU Ricardo Gomes Cardoso, indígena Pankararu, Mestre da arte em madeira A arte Pankararu representa nossa ancestrali...