domingo, 14 de janeiro de 2024

Boletim Aroeira Edição Especial

 CASA DE FARINHA
Dia de farinhada!


Fotos: indígena José, Casa de Farinha da família de José de Genésio e Marina, 
 Aldeia Bem Querer de Cima, Terra Indígena Pankararu, Jatobá, PE. abril de 2023.


     A casa de farinha é um lugar do preparo que movimenta muito da nossa história indígena. É lugar de ver e fazer fartura no calor do fogo a lenha. 

     Dia de fazer farinha é um momento do encontro entre famílias: com nossas mães, tias, pais, tios, primos, avós, avôs e primas, juntos e distribuídos em diferentes tarefas. É o movimento da nossa ancestralidade, do preparo do alimento para todos.

O Coletivo Aroeira apresenta a primeiro Boletim/2024. Este é um material de documentação da nossa memória, do que somos, produzimos e faz parte da nossa alimentação tradicional.

Nosso primeiro tema é a mandioca e seus derivados, a farinha e o bejú (beiju) a partir da vivência da casa de farinha.

O principal objetivo deste boletim é contribuir com a reafirmação do valor nutricional e cultural que a mandioca tem entre nós indígenas Pankararu, oferecendo momentos de diferentes encontros e trabalho coletivo, do momento do plantar ao transformar a mandioca em alimento para consumo direto e a troca.


Para acessar o arquivo do Boletim Boletim Aroeira Jan.2024 Casa de Farinha

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

AROEIRA LANÇA O PRIMEIRO BOLETIM 2023


O PRIMEIRO BOLETIM AROEIRA PANKARARU 2023. 


O Boletim Aroeira Pankararu apresenta informações sobre as atividades realizadas no ano de 2022 voltadas à documentação das condições de vida de indígenas Pankararu em Petrolândia e comunidades rurais da região. A partir de múltiplas parcerias, mobilizações, apoios e intenso trabalho em equipe, Aroeira junto ao Coletivo de Famílias Indígenas de Petrolândia, COFIPPE tem realizado um trabalho muito dedicado, com muito compromisso e esperança. 

Pode conferir o Boletim completo no seguinte link: Boletim Aroeira Pankararu 01/2023

domingo, 4 de setembro de 2022

PROTEÇÃO DO TERRITÓRIO E DO DIREITO À IDENTIDADE

 ENCONTRO DE FAMÍLIAS INDÍGENAS PANKARARU - AGROVILA 06, ICÓ MANDANTES


   Aconteceu no dia 27 de agosto de 202, na Agrovila 06 do projeto Icó Mandantes o encontro de famílias indígenas Pankararu com o tema: "Proteção do território e do direito à identidade" Um momento de diálogo com parentes indígenas das aldeia de origem.

   Como realização do Coletivo de Famílias Indígenas de Petrolândia (COFIPPE) e apoio do Coletivo de Indígenas Pankararu Aroeira, os Pankararu reuniram-se para discutir sobre identidade, território e cultura Pankararu. Viver em território indígena não demarcado hoje é viver em situação de insegurança, omissão do poder público, desrespeito à identidade indígena, preconceitos. A presença de famílias indígenas residindo na área de assentamentos rurais do Projeto Icó Mandantes é uma realidade de décadas. Demanda apoio das lideranças do território de origem  no fortalecimento do processo organizativo.  

   Participaram do encontro 60 indígenas, com presença de Pankararu, Pipipã e Kambiwá, .
Para apresentar reflexões sobre processo de resistência e proteção do território e identidade, Silvaneide e Oziane, lideranças da comunidade convidaram: Norberto Pankararu  (Nozinho) de Brejo dos Padres, Antônio Domingo, de Baixa do Lero, Terra indígena Entre Serras representante do cacique Marcelo Pankararu, Marizete Pankararu, moradora da Agrovila 06, Jucicleide Pankararu, Elizângela Cardoso e Codjo Sossa do Coletivo Aroeira para compor a mesa de abertura.
   A abertura do encontro contou com a apresentação das famílias e aldeia de origem, seguida pela apresentação da história da formação da agrovila e chegada de Pankararu na região. a história da comunidade contada por Marizete revela a luta pela vida, pelo trabalho, pela moradia. Como disse Marizete o assentamento surge no contexto das remoções compulsórias da construção da hidrelétrica de Itaparica: "Todo mundo sabe que a gente teve uma jornada muito grande e muito pesada!", várias manifestações, reuniões com Codevasf, Chesf". Designados para ficar numa região, mas não aceitos, reencaminhados para outra região, no caminho de Floresta. Se estabelecem onde é hoje é Agrovila 06 em 30 de novembro de 1987. "A gente chegou aqui, descampinado, não tinha nada, somente as casinhas". Passaram-se muitos anos para sair os lotes, o primeiro lote saiu em 1993. Maior parte veio da região de Barreiras, da Velha Petrolândia, já advindos da Terra Indígena e vivendo "no estábulo" em Barreira, na velha Petrolândia. Aconteceu muita dispersão e distância entre famílias. Hoje a família enfrenta problemas no sistema de abastecimento de água.

"Temos que reunir força para reivindicar nossos direitos"! com desgaste do solo e problemas de sistema de água, atingindo diretamente as condições de produção da vida.

Jucicleide Rodrigues, resistente no assentamento Moura destacou dificuldades na vida na região. A água, tanto no abastecimento para consumo como para produção nos lotes: problemas nas bombas, lotes sem condições, assentados sem assistência e vazamentos que geram desperdícios com desgastes do encanamento, além dos problemas de saneamento enfrentado pela comunidade. "Moramos perto da água e somos pobres de água!" Muitos dos familiares saem para trabalhar fora, porque há desgastes, não há encanações suficientes. Faltam espaços formativos para a juventude, para as mulheres. Há muita dificuldade para ingressar no ensino superior também.

Cordel de Silvaneide Pankararu

Chegou a hora de acordar

Para reforçar a luta pela identidade
Que é algo singular
Através do trabalho sério
Que demonstramos
Para nossa comunidade
e para nossos convidados
Expressar nossa cultura
Legado deixado pelos nossos anciãos
Somos Pankararu
Também somos agricultores
Moramos no projeto Icó Mandantes
ao qual a Chesf nos reassentou
Nunca desistimos das nossas origens
Não perdemos a nossa essência
Somos um fino grão de areia
Lutando por nossos direitos
reconhecimento e valor
Nós temos história
O Povo Pankararu
É parte essencial 
Da experiência de vida
Deixado na memória


   Ao final, a fala de Antônio Domingo destacou a importância da organização do povo, conhecimento das "leis do branco" no país. Nozinho fez uma fala sobre a força da nossa cultura, o respeito e proteção das tradições entre os mais velhos e as novas gerações na resistência e luta contra o preconceito e racismo. A fala de Elizângela apresenta o relato de experiência em Aroeira e COFIPPE do processo organizativo em contexto urbano, do mapeamento e diagnóstico de famílias indígenas em Petrolândia, PE, concluindo com a Fala de Codjo sobre possibilidades do apoio institucional e realização de parcerias para realização do mapeamento das famílias, destacando a importância do protagonismo e autonomia do povo e da comunidade diante das suas necessidades.

   Hoje são mais de 40 famílias Pankararu na Agrovila 06 passam a se organizar como Coletivo Caraibeiras, em homenagem à primeira escola que recebe o nome dessa árvore acolhedora da comunidade na chegada das famílias a mais de 30 anos. 


Fotos do evento





























 






segunda-feira, 25 de julho de 2022

Encontro do Coletivo de Famílias indígenas Pankararu de Petrolândia (COFIPPE)

 Um dia muito importante para o Coletivo de Famílias indígenas Pankararu de Petrolândia, PE

(COFIPPE)



Em Petrolândia, PE o Coletivo de Famílias indígenas Pankararu (COFIPPE), reuniu-se com lideranças do nosso povo. Nesse dia 24 de julho de 2022, pela manhã, abrimos as atividades com a presença mais que especial de Dora Pankararu partilhando a experiência de luta vivida com os parentes em São Paulo. Um aprendizado profundo com essa mulher guerreira. À Dora, Nossos mais preciosos agradecimentos.

Maria das Dores da Conceição Pereira compartilhou conosco uma história de sabedoria e muita resistência. Nas palavras de Dôra: “Percebemos que se a gente não se organizasse como família, como povo indígena, comunidade, as pessoas jamais iriam nos respeitar por aquilo que a gente era”  "Dôra nasceu na aldeia, em 1975, viveu em São Paulo por 28 anos, formou-se em Pedagogia, foi Conselheira Nacional de Política Cultural e Membro do Colegiado Setorial de Cultura Indígena no MINC, Conselheira Indígena no Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Estado de São Paulo, trabalhou na Casa de Saúde Indígena de São Paulo e na Cáritas Diocesana de Campo Limpo. Regressou a seu território tradicional em 2014 onde trabalha como professora na Escola Estadual Indígena Santa Inês da Tapera".

Foi um momento de diálogo, de conhecer forma de organização e luta dos parentes indigenas Pankararu em contexto urbano da grande São Paulo.

Destacamos a importância  da participação dos Caciques José Auto e Raulive e também de  Antônio Carlos, presidente do Conselho de saúde indígena Pankararu no debate sobre nosso trabalho, com reflexões e contribuições valiosíssima  para nosso fortalecimento. 


Pela tarde também tivemos a aula inaugural do curso indígenas e  políticas sociais, realizado por COFIPPE e Aroeira, que acontece como etapa preparatória do nosso etnodiagnostico e Etnomapeamento para documentar sobre onde estamos e qual a situação das nossas famílias indígenas Pankararu em Petrolândia. 


O Etnomapeamento e etnodiagnostico é uma demanda urgente e constitui-se como projeto nosso que conta com o apoio da Fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos, Edital Mobilização em Defesa dos Espaços Cívicos e da Democracia 2022 e Fundo Elas+ 2021, subsidiando as condições objetivas para essa tarefa como a garantia de espaço físico, logística, alimentação, material didático, ajuda de custo para equipe de educadores. 

Seguimos firmes na luta! 

Agradecemos imensamente o apoio e presença de nossas lideranças e temos grande honra viver esse momento no dia de hoje.


**(Leia mais em: OUTRAS PALAVRAS, Trincheiras indígenas: os Pankararu na favela paulista).


























terça-feira, 19 de julho de 2022

Projeto: A Força ancestral das mulheres Pankararu: Proteção da memória e formação de mulheres indígenas Pankararu na cidade e na aldeia.

 


Projeto: 

A Força ancestral das mulheres Pankararu: Proteção da memória e formação de mulheres indígenas Pankararu na cidade e na aldeia. 



Vigência: nov.2021 – ago. 2022. 
"Fortalecendo a solidariedade e a confiança"

O projeto do Coletivo Aroeira foi contemplado pelo Edital "Mulheres em Movimento 2021 - Fundo Elas+ " (nov.) e através do protagonismo de mulheres indígenas Pankararu em contexto rural e urbano, Elas+ impulsiona as ações e o fortalecimento do trabalho de formação e apoio entre famílias indígenas Pankararu.



Ações realizadas em Aroeira com o apoio do Fundo Elas+ 

Edital Mulheres em Movimento 2021 

"Fortalecendo a solidariedade e a confiança"


  • Atividades de formação de 10 educadoras - mulheres indígenas Pankararu;
  • Pagamento de despesas com mobília e infraestrutura na sede urbana e construção sede na aldeia Bem Querer de Cima; 
  • Criação da bodega Aroeira, contando com loja e venda de arte indígena, vendas de comida tradicional e trocas no bazar solidário com arrecadação de renda para realização de eventos, pagamento de passagens da equipe;
  • Realização de agenda de oficinas para fortalecimento do protagonismo das famílias e das mulheres multiplicadoras (temas: identidade, direitos dos povos indígenas, história de vida, de luta e resistência); 
  • Minicurso com formação sobre etno economia para famílias indígenas em contexto urbano com 04 encontros realizados; criação de horta coletiva na sede urbana; 
  • Pagamento de assessoria contábil e jurídica para criação da ASSOCIAÇÃO INDÍGENA PANKARARU AROEIRA, em homenagem e proteção da memória e ancestralidade de Maria Faustina e Antônia Sabina.

Principais resultados

  • Fortalecimento do trabalho liderado por mulheres indígenas; Confiança no nosso potencial organizativo; 
  • Esperança de fortalecimento do trabalho comunitário, no vínculo com nossas origens e força da nossa ancestralidade; 
  • Ampliação da compreensão e respeito da nossa identidade, da unidade e diversidade étnica; 
  • Entendimento dos desafios na luta pela defesa e efetivação dos nossos direitos sociais e humanos em contexto de retrocessos, preconceitos e racismo contra indígenas; 
  • Entendimento da importância do estudo e proteção da nossa história. 
FOTOS DOS NOSSOS ENCONTROS













ESTUDO DA ETNO ECONOMIA e EXPERIÊNCIAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA PARA O ENFRENTAMENTO DAS DESIGUALDADES QUE ATINGEM OS POVOS INDÍGENAS DA ÁREA URBANA

 



Foto: Primeiro dia de aula do curso, Arquivo Aroeira, 2022.


Em janeiro de 2022, com apoio do Fundo Elas+, o Coletivo Aroeira de Indígenas Pankararu realizou a primeira etapa do minicurso: Saber tradicional, economia solidária e etno economia.


Promovemos momentos de estudo, de conhecimento e diálogo sobre nossas práticas de produção social, relações de troca e solidariedade no contexto urbano é uma forma de resistência.


Redes de solidariedade e interações etnoeconômicas e interétnicas são importantes considerando que maior parte de nossas redes de parentesco vivem as situações próprias da desigualdade social, da condição de informalidade e pouco acesso às instituições de formação para o trabalho/emprego e acesso à renda em contexto tipicamente capitalistas como os centros urbanos e médias cidades.

As expropriações que atingem os povos indígenas, escassez de recursos, os processos migratórios compulsórios causados pelos grandes empreendimentos caracterizam o empobrecimento de muitas famílias que vivem nas cidades.

Nossa organização, luta e proteção dos direitos sociais e direitos humanos envolve a necessidade de estudo, formação para encontrar caminhos de superação dos preconceito e enfrentamento das sequelas das desigualdades sociais.








Nosso Instagram: <https://www.instagram.com/aroeira_pankararu/>

Endereço para contato - E-Mail:  <aroeiraindigenaspankararu@gmail.com

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Encontro Núcleo Aldeia do Coletivo Aroeira

 

Encontro da família AROEIRA 

Núcleo aldeia Bem Querer de Cima



     O nosso terreiro em festa!

   Dia em que nossas famílias conversam e definem passos de formação e organização para 2022. Especialmente, ampliação e fortalecimento das atividades de proteção da força ancestral das mulheres indígenas Pankararu núcleo urbano, assentamento e aldeia com o apoio e parceira do Fundo Elas+.🏜🌳

      O Coletivo Aroeira é espaço de organização, formação e apoio de famílias indígenas Pankararu que vivem em espaço urbano, assentamentos rurais e na Aldeia Bem Querer de Cima.


    A vida indígena no Sertão de Pernambuco é marcada por processos contínuos migratórios, idas e voltas, construção de novos territórios pelas famílias na busca de trabalho, água e proteção das tradições, dos laços de parentesco e unidade étnica.

Com o objetivo de fortalecer o protagonismo das mulheres através do fortalecimento da relação ancestral afrodescendente e indígena, passamos a realizar atividades formativos e de mobilização.

Com o tema: A força do poder ancestral das mulheres Pankararu: PROTEÇÃO DA MEMÓRIA E FORMAÇÃO DE MULHERES INDÍGENAS PANKARARU NA CIDADE E NA ALDEIA o projeto do Coletivo Aroeira foi aprovado pelo Edital Mulheres em Movimento 2021: fortalecendo a solidariedade e confiança, Fundo Elas +.

O coletivo Aroeira amplia as atividades de formação de equipes de mulheres multiplicadoras e intensifica as ações de mobilização e formação de famílias pela proteção dos direitos sociais indígenas no campo e na cidade, nas aldeias e assentamentos rurais da região de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu. 

 


FOTOS DO ENCONTRO















































Boletim Aroeira Edição Especial

 CASA DE FARINHA Dia de farinhada! Fotos: indígena José, Casa de Farinha da família de José de Genésio e Marina,   Aldeia Bem Querer de Cima...